Professor considera que células-tronco adultas já oferecem os resultados que a sociedade precisa

Para o professor de bioética da Universidade de São Paulo, Dalton Luiz de Paula Ramos, por tudo que se falou durante a audiência realizada pelo STF, “o uso de células-tronco adultas já oferece os resultados terapêuticos que a sociedade exige e precisa”. O professor abordou o tema das inconsistências conceituais sobre o inicio da vida humana. Ele iniciou sua fala dizendo estar, também, interessado “na busca de terapêuticas que possam resolver os males que afligem a nós mesmos e a nossos irmãos”.
Dalton reafirmou ter ficado claramente demonstrado durante o evento que uma vida humana começa no exato momento da fecundação. Para ele, ao se juntarem um espermatozóide e um óvulo, no momento da fecundação, surge imediatamente uma identidade geneticamente única, totalmente diferenciada dos seus genitores.
O comportamento das células embrionárias é totalmente diferente de outras células, salientou o professor. Ele contou que nas universidades se costuma fazer cultura de células, como, por exemplo, de células da pele humana. Essa cultura permite aos pesquisadores estudar seu comportamento, além de viabilizar uma série de estudos importantíssimos. Mas para Dalton, essas células humanas, colocadas em ambiente propício, permanecerão como cultura enquanto os recursos tecnológicos permitirem.
“Já o embrião, se a ele for oferecido condições de proteção, acolhida e alimentação, ele vai se desenvolver de acordo com um processo, fazendo surgir a vida humana como processo contínuo (com um ponto de inicio e um ponto de fim), coordenado (autosuficiente, possuidor de instruções para que a vida prossiga) e progressivo (em condições ideais, sempre passará para um estágio seguinte, sem regressos)”. Para Dalton, essas evoluções, desde a fecundação, compõem a biografia do indivíduo.
O professor concluiu sua apresentação ressaltando que “há indícios científicos de que existem terapêuticas que podem ser eficazes para solução de uma serie de problemas de saúde. Mas o reconhecimento do embrião como vida humana não se contrapõe a essas exigências éticas que dizem respeito à busca dessas terapêuticas”.
MB/LF
Professor de bioética da Universidade de São Paulo, Dalton Luiz de Paula Ramos. (Cópia em alta resolução)