Fiesp quer ajudar na inclusão de ex-presidiários no mercado de trabalho a partir de projeto do CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) vai divulgar, em março, o mapeamento da população carcerária nos presídios brasileiros. Um dos objetivos é traçar um perfil profissional da população carcerária brasileira de forma a facilitar a inclusão de ex-presidiários no mercado de trabalho.
A Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) recebeu a proposta do CNJ com bons olhos, e acredita que a iniciativa do Judiciário ajudará na redução da criminalidade no país. “Essa proposta é muito boa. Fará bem ao país e nós vamos colaborar para se atingir com sucesso essa intenção. Sem dúvida nenhuma vamos diminuir a criminalidade dando oportunidade a estas pessoas que já cumpriram a pena”, disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.
A entidade vai buscar parcerias com o Senai de São Paulo para dar formação aos detentos, a fim de que possam entrar no mercado de trabalho com uma formação profissional. São inúmeras possibilidades. Dentre elas, a formação de eletricistas, mecânicos, soldadores e técnicos em atividades da construção civil. A Fiesp acredita que a sociedade tem que se preocupar com a recolocação social dessas pessoas.
“Podemos trabalhar a idéia do empreendedorismo. Uma pessoa que tem formação em marcenaria, por exemplo, pode abrir uma microempresa. Seria uma nova frente, uma esperança através do empreendedorismo”, destacou Skaf.
O Brasil, segundo o presidente da Fiesp, não pode ser um arquipélago. "O Judiciário não poder ser uma ilha, o Executivo outra, o empresariado uma terceira. O Brasil precisa da união de todos. Temos que ser um continente e não um arquipélago de ilhas soltas. Essa abertura do Judiciário, essa visão arrojada de buscar apoios e parcerias na sociedade, no sentido de buscar solução aos problemas gravíssimos que temos, é muito positiva”, disse.
Conciliação
A Fiesp criou uma câmara de conciliação na sede da Federação para dirimir alguns conflitos. Paulo Skaf acredita que, mais do que resolver conflitos, a câmara da Federação pode ser um pólo multiplicador de conciliadores. A formação de novos mediadores e conciliadores no estado de São Paulo ajudará na redução da carga de processos que chega ao Judiciário.
“Vamos pôr toda a nossa estrutura em busca de formar conciliadores e mediadores, e montar mutirões para ajudar a desafogar a Justiça. Temos conversado muito com o Tribunal de Justiça de São Paulo no sentido de uma triagem nos processos que já estejam lá, mas que caberiam ir para uma câmara de conciliação”, afirmou Skaf
O presidente da Federação ressaltou o papel institucional da Fiesp que, segundo ele, está a serviço do Brasil, e não da indústria. "O Brasil indo bem, a indústria vai bem", concluiu.
LP/EH
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