Supremo alfabetiza empregados terceirizados

12/03/2001 14:52 - Atualizado há 4 meses atrás

A solenidade de formatura da primeira turma do “Programa de Aprimoramento Educacional de Empregados Terceirizados do STF” ocorre hoje, segunda-feira (3/12), às 17h, na antiga Primeira Turma, Anexo I do Supremo Tribunal Federal.


Quarenta e oito empregados terceirizados não alfabetizados ou com baixo grau de escolaridade participaram do programa, que começou em 13 de março e teve 248 horas/aula. As atividades incluíram visitas ao Museu do Supremo, do Índio,  ao Memorial JK e ao Catetinho.


Geni Pereira da Silva, 69 anos, é funcionária terceirizada no Supremo há 23 anos. Ela cuida das estantes da biblioteca e afirma nunca ter pensado conseguir a oportunidade de aprender a ler. “Antes eu não sabia sacar dinheiro, nem preencher cheque. E agora já sei procurar um livro quando um advogado chega”, diz.



INSTRUTORES


Os instrutores são funcionários do STF voluntários. Eles foram treinados pela Universidade de Brasília (UnB), que também disponibilizou o material didático para os alunos. Além do material de apoio fornecido pela UnB, os instrutores também utilizaram suas próprias produções — quebra-cabeças, jogos e exercícios.


“Essa experiência foi muito gratificante”, diz Maria Rita Pires de Souza, uma das instrutoras do programa, que é técnica judiciária. “Achei importante a valorização dos terceirizados e o retorno que eles deram ao projeto”, completa. 




ÓCULOS


Logo no início da execução do programa, verificou-se que mais da metade da turma — 38 alunos — tinha problemas de visão afetando, conseqüentemente, o aprendizado. Uma campanha interna foi promovida para comprar os óculos.


“Nós somos privilegiados, vivemos em uma realidade e não sabemos as dos outros. As pessoas precisam ser mais solidárias e não esperar o tempo, o momento é agora”, afirma a coordenadora do programa, Ângela Santarém.


A segunda turma do programa começou em outubro, com 20 alunos. A duração do curso é de cinco a seis meses.


 


 



Carta de uma das alunas do “Programa de Aprimoramento Educacional de Empregados Terceirizados do STF”
cópia em alta resolução


 

Rita, instrutora do programa (cópia em alta resolução)


 



Dona Geni da Silva pensava que nunca conseguiria ler (cópia em alta resolução)


 

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